Uma Geração Voltada a Centralidade do Evangelho. A Cruz!


“Que o cordeiro receba a recompensa do seu sofrimento através de mim”

A frase acima foi dita por dois missionários que decidiram dar a sua vida por amor a Cristo… Decidiram pregar o evangelho para escravos em uma ilha africana, porém, só escravos poderiam entrar lá, então eles se venderam como escravos. Eles nunca mais voltaram as suas casas, nunca mais se reencontraram com suas famílias, mas com certeza, o cordeiro recebeu a “recompensa” de seu sacrifício, como era o sonho deles.

Hoje essa história é até tema de música, aliás que música! (nestes dias, em que escrevo este texto, ela não sai da minha cabeça).

Tenho refletido na minha condição de cristão. Vale lembrar que a palavra cristão significa igual a Cristo.

                   As vezes percebo que a nossa geração tem decido viver um cristianismo facilitado; cristianismo sem cruz, sem provação, sem nenhum tipo de dificuldade e usamos textos isolados da bíblia para comprovar nossas crendices, afinal dizemos: Cristo morreu para que fossemos livres, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus. E por ai vai todo tipo de “bizarrice religiosa”, afinal você que conhece a palavra de Deus sabe que esses textos não tem nada a ver com facilidades.

                 Tenho me perguntado se nós como igreja de certa forma temos “recompensado” a Cristo por todo o sofrimento que ele padeceu por amor a nós, e coloquei entre aspas porque sei que nada do que fizermos será recompensa suficiente por seu sacrifício.

             Quando falo de recompensa, tenho em mente o texto de Efésios 4:1 que diz: Rogo-vos, pois, eu o prisioneiro no Senhor, que ANDEIS DE MODO DIGNO da vocação a que fostes chamados.

                          A questão não é recompensá-lo, levando o significado dessa palavra ao pé da letra. Se assim, eu ou qualquer pessoa exigisse,  seria como os escribas e fariseus que “atam fardos pesados e difíceis de suportar, e os põem aos ombros dos homens; eles, porém, nem com o dedo querem movê-los” (Mt. 23:4).
Para mim a recompensa que os jovens moravianos tinham em mente era o desejo de reverenciar a Cristo com suas vidas, com seu espírito, alma e corpo.

                      Ah, como isso tem estado em falta no “evangelho” que temos visto! 

               A maioria dos Cristãos de hoje não buscam viver de modo digno do evangelho, antes, tratam o sacrifício de Jesus como algo banal.

                    Alguns demonstram com suas atitudes que o sacrifício de Jesus é algo “raso” e sem valor.
                   A questão toda é: nesse momento estamos preocupados de mais com as nossas coisas, os nossos desejos, as nossas vontades e por isso damos margem a todo tipo de disputa territorial. Queremos a todo custo ter a maior igreja, o maior número de crentes, enfim, ao invés de nos preocuparmos em trazer o reino de Deus, estamos preocupados em edificar palácios grandiosos.
Temos que clamar para que Deus, levante uma geração interessada em fazer com que o cordeiro receba a recompensa dos seus sofrimentos através de nós. De que forma isso acontecerá?

                  Isso acontecerá no momento em que alguém se dispor a tomar a sua cruz, de fato e de verdade, a renunciar o ego, a abrir mão de sua própria vontade. Isso é, o diminuir para que Cristo cresça… (Jo 3:30)
              Essa geração será para uns, refrigério para a alma, para outros, pedra de tropeço
                
                Sei que é uma geração sem face… A geração que Deus está levantando é a geração dos sete mil, lembra? Aqueles que apesar de não serem conhecidos pelos nomes, não dobraram seus joelhos diante de Baal. (IRs. 19:18)

                Creio que nesses dias Deus tem levantado não apenas um homem como João Batista e sim, uma geração operando debaixo da mesma unção e poder, assim como João Batista preparou o caminho para a vinda do Messias, a geração presente preparará o caminho da volta, aquele que era e que é e que há de VIR… Ele virá. Levanta-te, oh preparadores do caminho.
           
                        João Batista decidiu caminhar em uma dimensão diferente… Ele, diferente do que vemos hoje, fez do deserto sua casa, seu lar, seu altar, até que em meio à consagração no deserto Deus lhe deu uma palavra. (Lucas 3:2), palavra de ARREPENDIMENTO, de confronto, ou seja, uma palavra contrária a tudo o que os escribas, fariseus, helenistas e todos os religiosos da época criam.

                        Se João Batista fosse vivo hoje, fatalmente não seria uma pessoa bem quista em nossas igrejas, afinal de contas ele abriu mão de continuar o sacerdócio de seu pai. Abriu mão da “unção sacerdotal” e foi viver como um eremita, vestindo pele de camelo para se aquecer nas noites gélidas do deserto e seu alimento era gafanhoto e mel silvestre. Aceitá-lo em uma sinagoga seria mais ou menos como aceitar um mendigo pregando no púlpito de nossas extraordinárias igrejas. Inadmissível não é?
Deus escolheu esse homem para preparar o caminho para vinda de seu filho!

                Creio que é chegado o tempo de uma geração que se levante em todos os lugares, em todas as denominações e será como João Batista e como os sete mil. Sem face, sem ostentação de títulos, apenas com um desejo incessante, quase flamejante de conhecer e servir ao seu amado Senhor e preparar o caminho da volta do Messias.

                  Tal  geração tem sido levada por Deus ao “deserto” para fazer dele sua casa, seu lar, seu altar e em meio a tais condições, desfavoráveis aos olhos humanos, serem transformados de Glória em Glória (2Co. 3:18).A partir daí virá uma palavra de arrependimento e transformação (Lc 3:2) da parte de Deus para que toda essa geração, em todos povos, línguas e raças, possam declarar em um mesmo espírito que nos arrependamos, voltemos ao senhor com pano de saco e cinza e assim o Espírito do Senhor virá como chuva trazendo o último e grande avivamento sobre essa terra.

                   Clame para que todos aqueles que forem chamados por Deus, para anunciarem a volta do Senhor sejam como os Jovens missionários moravianos e não retrocedam “para que o cordeiro receba a recompensa do seu sofrimento”.

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